terça-feira, maio 02, 2006

Se já não torna a eterna primavera
Que em sonhos conheci,
O que é que o exausto coração espera
Do que não tem em si?

Se não há mais florir de árvores feitas
Só de alguém as sonhar,
Que coisas quer o coração perfeitas,
Quando, e em que lugar?

Não: contentemo-nos com ter a aragem
Que, porque existe, vem
Passar a mão sobre o alto da folhagem
E assim nos faz um bem.

Ricardo Reis

1 comentário:

Anónimo disse...

Seu blog � meu um mimo, gostei dos textos com linguagem simples e leve, falando sempre com muita calma sobre o que as vezs pode aflingir, gostei mesmo, estava buscando no Google uma palavra e me veio seu blog como op�o. Boa surpresa.
lidi_cia@hotmail.com