Ou não fosse este o ditado popular mais recorrente de que tenho memória. Parece que tudo o que se repete por uma segunda vez, tem a terceira dose. Com direito a “jingle” radiofónico logo pela manhã, este adágio que se me colou na pele deixou-me com sabor a pouco.
Pouco foi aquilo a que me propus, pouco era o que queria dar, pouco ia receber. Encolhendo os ombros, aceitei a terceira volta como quem aceita uma tempestade de inverno: impotente, mas destemida. Quis-me tapar em cobertores grossos, atravessar a tormenta protegida numa armadura, vivê-la sem lhe tocar.
Mas a intempérie começou suave, e deixei-a chuviscar-me na pele. Pingos frescos, miúdos, uma carícia amena a avisar que vinha de passagem, com pés de lã para nem marcar o chão. Quase sem dar por isso abri a porta e saí para a rua, convencida de que a protecção não era precisa e que tempestade nem havia. A chuva molhava quente, e convidava a vir à rua desfrutar a brisa inconsequente. Sentia a água no corpo a envolver-me e brincava nas poças de água a chapinhar. A acreditar que a minha tempestade era um aguaceiro de verão, curto e divertido mas passageiro, fui-me deixando ficar. Andava distraída à cata dos pingos que se cruzavam com os raios de sol e ficava a olhar o arco-íris. Sempre certa que o meu pé-d’água iria findar, usei o suor do corpo para lhe igualar a água chovida e chuviscar com ele. Quase como se quisesse deixar as minhas pingas no seu quintal. Iria chover para outras paragens, mas levaria consigo alguma água minha. E na última gota que deixou chover para mim, não lhe disse adeus.
domingo, fevereiro 08, 2009
Porque não há duas sem três!
rascunhado by Little Tomato at 13:56
outras que tais cá do fundo...do dedo do pé
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2 comentários:
Mas, nina, sabes que depois da tempestade vem a bonança. :) oki? :)
Pudessemos nós escolher o caminho, e seria ele sempre ladeado de rosas sem espinhos, e até a chuva era de água benta.
Agora "hang on"... como sempre.
Beijo BB
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