sábado, janeiro 24, 2009

Porque os rinocerontes também choram

Guardar uma porta é trabalho difícil. Não difícil de árduo, ou trabalhoso, ou até complicado; difícil de tédio. Eles entram, eles saem, eles passam… mas não ficam. Uma porta é local de passagem. Não há permanência, e a única estabilidade é a da porta, que está ali para ser guardada.

Mas então…porquê guardar a porta? Se quem entra também sai, se não existe nenhum tesouro por detrás, se não há segredo lá dentro? À primeira vista, para os habituais, a porta permite passar para um pequeno espaço já familiar. Para os desconhecidos, uma penumbra acolhedora.

Mas quem guarda a porta não deixa passar todos. “Podes argumentar o que quiseres, que tenho a sensibilidade de um rinoceronte!” Um rinoceronte friorento, gozão, que cuida do seu pomar. “Nevar? Querem-me queimar as laranjas!”. Lá dentro, para ele, algo tem de ser protegido. Um eixo. Vários pontos unidos por um intuito comum, rodeados por uma pequena plateia cuidadosamente escolhida. Clandestino mas pouco secreto, este eixo alimenta um veneno muito pouco mortal, que nutre as almas que o partilham. Mais que uma porta, guarda uma segunda família.

P.S.: foi um bocado em cima do joelho, mas fiz a minha parte do acordo!

4 comentários:

Ana disse...

bem, imagina se tivesse sido em cima do pé!!

mmm, que familia será essa...mmmm...e o rinozinho, mmmm, não tou a ver quem é...mmmm...


:D

Alias disse...

Familia da qual farás sempre parte, até quando não houver mais portas para guardar.
Beijo BB Grande

Ana disse...

E então, não cumprem a vossa parte do acordo?????? vá láaaaaaa,até eu já tou com curiosidadeeeee! looool

Matchbox32 disse...

Hummm... eu sei o que é isso. Já passei uns bons meses a guardar uma porta... não é pêra doce ao contrário do que se pensa...

Beijinhos!